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Mês de junho foi o primeiro índice negativo de inflação mensal desde setembro de 2022. (IPCA-IBGE)

O IPCA, índice de inflação oficial no Brasil, apresentou deflação em junho (-0,08%), frente a maio. Foi o primeiro índice negativo de inflação mensal desde setembro de 2022. A inflação no Brasil já vinha desacelerando há quatro meses, vide os resultados de maio (+0,23%), abril (+0,61%), março (+0,71%) e fevereiro (+0,84%). Sinalizando, portanto, uma trajetória consistente de queda, como efeito da elevada taxa básica de juros (SELIC), há 12 meses congelada em 13,75% a.a. Cabe ainda destacar que junho do ano passado, ao contrário do último mês, registrou inflação (+0,67%). 

A deflação no Brasil em junho foi observada em quatro dos nove grupos pesquisados, inclusive em Alimentação e bebidas (-0,7%), exclusivamente pelo subgrupo Alimentação no domicílio (-1,1%). Em sentido contrário, o subgrupo de Alimentação fora do domicílio, consumido sobretudo em bares e restaurantes, registrou inflação em junho no Brasil (+0,5%). Apesar de positivo, foi o menor índice do ano, acompanhando a desaceleração da inflação da refeição (+0,4%), também a menor do ano. Impulsionaram o indicador em junho: lanche (+0,7%) e cerveja (+0,5%), ambos, pelo terceiro mês consecutivo, cresceram mais que a média do subgrupo Alimentação fora do domicílio. Na média, os Serviços tiveram maior inflação em junho (+0,6%), puxado por passagem aérea (+11%) e condomínio (+1,7%). 

No acumulado do primeiro semestre, a inflação de Alimentação fora do domicílio (+3,4%) ficou acima da inflação geral brasileira (+2,9%). Esse ano, nos bares e restaurantes brasileiros, enquanto o preço do lanche (+5,1%) aumentou mais que a média geral de preços, o preço da refeição (+2,5%) cresceu menos, mas ambos estão mais caros que em dezembro de 2022. 

A inflação acumulada em seis meses no Brasil já se aproxima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para todo ano de 2023 (+3,25%). A atual aposta do mercado financeiro, segundo a pesquisa Focus do Banco Central do Brasil (Bacen), é que o IPCA Brasil encerre 2023 (+4,95%) acima da meta e do teto do intervalo de tolerância (+4,75%), pelo terceiro ano consecutivo. Cabe destacar que, como o resultado da inflação de junho (-0,08%) veio abaixo das expectativas (- 0,07%), essa projeção deve ser revisada para baixo nas próximas semanas. 

Todavia, diante do cenário já cristalizado de estouro da inflação em 2023, o Bacen já centra seus esforços de política monetária na meta de inflação de 2024 (+3,0%). A atual aposta do mercado financeiro é que o IPCA Brasil encerre 2024 (+3,92%) abaixo do teto do intervalo de tolerância (+4,5%). 

Previsão de inflação dentro da meta para 2024, ainda que na margem de tolerância, implica em perspectiva de taxa de juros elevadas por menos tempo, desonerando assim a produção, os investimentos e, por conseguinte, a geração de emprego e renda no país. A expectativa atual é que a SELIC comece a diminuir a partir da próxima reunião do Bacen, em agosto. Deve encerrar 2023 (12,0%) novamente na casa de dois dígitos, mas abaixo desse patamar já em 2024 (9,5%). 

SÃO PAULO 

Em junho, São Paulo também registrou deflação (-0,01%), ainda que menor que a média brasileira (- 0,08%). Foi o terceiro mês consecutivo de inflação paulista maior que a média brasileira, assim como em maio (+0,24% em SP contra +0,23% no BR) e abril (+0,67% em SP contra +0,61% no BR). 

Essa queda no índice geral de preços em São Paulo em junho foi verificada em seis dos nove grupos pesquisados, inclusive no setor de Alimentação e bebidas (-0,6%), exclusivamente pelo subgrupo Alimentação no domicílio (-1,1%). Em sentido contrário, o subgrupo de Alimentação fora do domicílio, consumido sobretudo em bares e restaurantes, registrou inflação em junho em São Pulo (+0,5%). Apesar de positivo, esse índice foi menor que o observado em maio (+0,9%) e em junho (+0,8%), pela desaceleração dos preços da refeição. Impulsionaram o indicador em junho: cerveja (+0,9%), lanche (+0,5%) e refeição (+0,5%). Os dois primeiros, pelo quarto mês consecutivo, cresceram mais que a média do subgrupo Alimentação fora do domicílio. 

No acumulado do primeiro semestre, a inflação de Alimentação fora do domicílio em São Paulo (+4,0%) ficou acima da inflação geral paulista (+3,1%) e brasileira (+2,9%). Esse ano, os preços do lanche (+6,1%) e da refeição (+2,9%) cresceram mais nos bares e restaurantes paulistas que na média nacional (+5,1% e +2,5%, respectivamente). 

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